quarta-feira, 6 de julho de 2011

No seu aniversário

Meu Bem,

Como você bem sabe, sou muito mais um homem das palavras perpetuadas no papel que daquelas faladas e que se perdem no sopro de um vento... Foi pensando nisso que, nesta data especial, decidi lhe dar algo que comunicasse um pouco mais de mim. E nada mais acertado do que oferecer aquilo que habita em mim a cada agonia sua por meu silêncio. Suplico a gentileza de recebê-las com a mesma benevolência com que sempre recebe a mim...
Há algum tempo eu vinha cultivando um pequeno rito que era o de escrever algum texto por ocasião do meu aniversário. Este ano resolvi tomar um caminho diferente, e modificar o rito até então cultivado. Minha opção foi a de escrever algo por ocasião de seu aniversário. Explico-me. Escrever sempre foi um ato de grande lucidez e catarse. Encarava-o como tão bem soube dizer um anônimo citado por Vinicius de Moraes: “escrevo para matar a morte”. Mas o que ficava sempre latente é que tal ato era, na verdade, um grito desesperado e engendrado pela certeza daquela – a morte – que morava em mim... Ainda outro dia você reparava que escrevo menos agora, e devo confessar o acerto de sua observação. Devo, todavia, explicar o motivo para que tal se dê: sinto-me, hoje, tão repleto de vida que já não me sinto movido à escrita por impulso da morte. E tudo isso tem absoluta e direta relação com você... Sua entrada em minha vida – de modo tão insano e contrário a tudo que eu sempre julguei ser – foi, certamente, dos maiores acontecimentos em minha pobre história. E não pretendo ser injusto com todas as pessoas que passaram por minha vida deixando suas amorosas marcas em tantos e diversos momentos. Posso, contudo, afirmar que foi sua chegada em minha vida o grande vetor para que eu pudesse acreditar – como nos mais bobinhos filmes românticos – ser possível a felicidade.
 Adoraria escrever mais neste momento, declarar todo o amor que sinto por você, mas eis que chega o momento de ir lhe encontrar e não há nada no mundo que eu deseje mais agora...
Prometo continuar amanhã...

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